Filmes no cinema #4 - "Sete Vidas"

Posted: terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Nota: 5,0


Um drama meloso chato pra caramba. Tirando o início e o final do filme, é isso que penso de "Sete Vidas", mais um filme no qual Will Smith quer ser o centro máximo das atenções, assim como nos seus três últimos filmes - "Hancock", "Eu Sou A Lenda" e "À Procura da Felicidade". Aliás, em "Sete Vidas" Smith retoma a parceria que lhe rendeu uma indicação ao Oscar com o diretor Gabriele Muccino, de "À Procura...". Mas, se neste tivemos um filme de sucesso, que trabalhava com a emoção sem nunca ser raso nem piegas, em "Sete Vidas" temos o oposto: um filme que força demais a barra para provocar choro na plateia, abusando de cenas intencionalmente chocantes e desnecessárias.

Além de tudo isso, Smith está incrivelmente mal no filme: com a mesma cara de sofrimento em quase todas as cenas, não consegue convencer o espectador. Só para se ter uma idéia, que dá um banho de interpretação nele é a porto-riquenha Rosario Dawson, de filmes irrelevantes como "Controle Absoluto" e "Josie and the Pussycats". Ela, que muitos (inclusive Will Smith, que afirmou que se sentiu acanhado em fazer cenas de sexo com a atriz, pois ela é muito bonita) consideram linda e sexy e tal - eu não! - faz o papel de Emily Posa, uma jovem que necessita de um transplante cardíaco e está muito debilitada. Com uma pequena ajuda da maquiagem, fica-se totalmente convencido de seu estado terminal. Já o personagem de Smith, Ben Thomas, é um fiscal da receita federal que acaba se envolvendo com Emily. Fala para ela diversas vezes que está vivendo mal e tal, que se trata mal, se alimenta mal, mas sua aparência é ridiculamente boa e saudável (está até bastante musculoso, eu diria...).

Não vou revelar mais sobre a história pelo segunite: durante o filme, pensei em dar uma nota 3,0, quem sabe até um 2,0. No entanto, o início, mostrando cenas em flashback fragmentadas (que viriam a aparecer esporadicamente durante todo o filme) e o "surpreendente" final me fizeram aumentar a nota para 5,0. As aspas em surpreendente estão lá pois o filme dá inúmeras dicas o tempo todo de qual será esse fim. Eu é que não costumo perceber essas viradas. E nem tento, para não estragar o filme, digamos assim. No entanto, para alguém que faça isso, ou seja um pouco mais esperto que eu, entenderá rapidamente onde o filme vai chegar, e aí ele se torna bem ruim, uma vez que a reflexão que ele provoca é um tanto quanto egoísta e absurda: Ben Thomas, ao fazer o que faz, acaba por pensar primeiro em si mesmo, e não nos outros, como aparenta. E, por fim: o método como escolhe quem vai ajudar...é absurdo! Exemplo: só porque se é um bom funcionário significa que se é uma boa pessoa, com bom caráter? Verossimilhança passa longe desse dispensável drama...

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