Filmes no cinema 2010 - #40

Posted: segunda-feira, 22 de novembro de 2010
#40 - Senna - 7,0








Documentário (bancado em grande parte pelo Instituto Ayrton Senna) que mostra passagens essenciais da vida do melhor piloto que a Fórmula 1 já viu, Ayrton Senna da Silva - faço uma diferença entre melhor e maior, sendo que o maior é Michael Schumacher. O filme começa com a entrada de Ayrton na Fórmula 1, na modesta equipe Toleman, e se encerra com seu enterro. Percebe-se que a situação do Brasil era muito ruim, pior do que é hoje, o país era muito mais pobre, o que com certeza ajudou a construir o mito em torno do nome de Senna (que veio de família rica), a única alegria da vida de muitas pessoas, num momento em que outros esportistas, como os da Seleção de futebol, viviam péssima fase, e havia um descrédito em geral com o país (inflação altíssima, desemprego, problemas sociais inúmeros...). Ele aparece aqui sempre como o "bonzinho", aquele que nunca fazia nada de errado (ou, se fazia, não gostava, se reprimia), antagonizado por Alain Prost, seu maior rival nas pistas, e Jean-Marie Balestre, ex-presidente da FIA, com quem também tinha problemas, em relação à política e à politicagem no esporte. A história dos dois não pode ser contada sem que seja citado o adversário, mas isso vira no filme o fio condutor da história, e não sei se a importância da rivalidade é tão grande assim. O filme ainda peca por deixar de fora inúmeros momentos marcantes da carreira de Ayrton (nessa crítica tem o link para os principais deles), o que pode frustrar fãs de Fórmula 1 (como eu), mas poderia deixar o documentário pouco atrativo ao público em geral. Nada se fala sobre suas inúmeras polêmicas com o também brasileiro Nelson Piquet, nem histórias que revelem mais sua intimidade. O filme foca apenas na sua carreira, exaltando os grandes momentos e "escondendo" ou minimizando os (poucos, é verdade) maus momentos.

Filmes no cinema 2010 - #36 a #39

Posted: quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Durante esse tempo sem postar, assisti a 4 filmes, sendo que dois (#36 e #37) foram na 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que por sinal esse ano eu achei fraca, com poucos filmes realmente importantes ou impactantes, que me fizessem mudar qualquer compromisso que eu tivesse para ver (talvez seja um problema do cinema como um todo, não necessariamente de uma má seleção para a Mostra). Vamos a eles:


#36 - A Primeira Coisa Bela - 7,5

Filme italiano selecionado para representar a Itália no Oscar de melhor filme estrangeiro de 2011, é um bom drama levado com bom humor, que leva a uma reflexão da vida e do caminho que nela percorremos até a morte. Filme que não tem a menor chance no Oscar, se assemelha a uma novela brasileira resumida em aproximadamente 2 horas.



#37 - Comercial - 6,0

Documentário reunindo praticamente todos os principais publicitários do país (a ausência mais sentida é a de Nizan Guanaes), que contam como escolheram e começaram na carreira, falam de seus principais sucessos (com exibição posterior, contemplando alguns dos filmes mais notáveis da publicidade brasileira) e contam diversas curiosidades, atuais e de épocas mais distantes: uma delas, dos anos 60 se não me engano, no final da projeção, vale por todo o filme!




#38 - Juntos Pelo Acaso - 6,0

Comédia romântica que parte de uma premissa original e segue o básico de filmes desse gênero: casal se odeia, se conhece melhor e acaba junto. O filme conta com um bebê (feito por trigêmeas, para dar conta das gravações) que acrescenta bastante ao filme, que é leve e divertido na medida certa.







#39 - Atração Perigosa - 7,5

Em seu segundo filme como diretor, Ben Affleck mostra que é um ótimo cineasta, mas que ainda tem a evoluir. Com uma história envolvente, atores muito bons que aqui fazem um grande trabalho e um final que foge do clichê "foram felizes para sempre", o que aumenta o realismo da trama, o filme tem cenas de ação que poderiam ser ainda mais interessantes do que são, como a perseguição de carros e algumas cenas de tiro (com um som não muito bom...como eu queria que Michael Mann tivesse as filmado, poderia ficar tão boa quanto a melhor que eu já vi, do filmaço Fogo Contra Fogo, dirigido por ele), além de uma ótima sequência no Fenway Park, estádio do time de baseball Boston Red Sox (cenas dos bastidores aqui), o melhor momento do longa. Até chegar lá, alguns percalços, como uma história que por vezes parece pouco se movimentar.