Alterações no blog!!!

Posted: sábado, 31 de janeiro de 2009
A partir dessa semana, o artista famoso e o artista "desconhecido" da semana terão seus posts feitos no domingo à noite, e não mais no sábado à noite. Agradeço a compreensão, e desculpe qualquer transtorno.

Notas #5 - "Payasos"

Posted:
"Payasos" é um comercial de 2008, que ganhou um Leão de Ouro no Festival de Publicidade de Cannes. Ele foi feito pela agência argentina La Comunidad, para anunciar a 10ª edição do Festival Internacional de Filmes Independentes de Buenos Aires (BAFICI). Nele, foi usada uma música que todo mundo, a uma primeira ouvida (às vezes mesmo ouvindo várias vezes é difícil de perceber...), pensa ser do Bon Jovi ou ao menos do Jon Bon Jovi. No entanto, é uma canção composta exclusivamente para esta peça publicitária, e cantada por um argentino que já fez parte da banda de heavy metal Rata Blanca e é um famoso cover de Jon na terra dos nossos hermanos: Gabriel Marian. A canção chama-se "I Can't Feel This Anymore" e foi editada no comercial; ela dura 1min14s, e pode ser baixada aqui. O comercial, além dessa curiosidade da música, é sensacional! Engraçado, e ainda passa perfeitamente a mensagem que gostaria de passar. É falado em espanhol e está legendado em inglês. Caso alguém não entenda, escreva algo nos comentários...=)


Filmes no cinema #5 - "Foi Apenas Um Sonho"

Posted: sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Nota: 8,5

"Foi Apenas um Sonho" tem, no original, o título Revolutionary Road, algo como "Rua Revolucionária", que é o nome da rua onde os personagens moram - nome irônico, diga-se de passagem -, mas também pode ser traduzido como "Rota Revolucionária", ou algo assim; é baseado no romance homônimo (tanto no original - um dos 100 melhores romances de língua inglesa de 1923 até hoje, segundo a Time - quanto na tradução, que acabou de ser lançada no Brasil) de Richard Yates, de 1961. Como a história se passa em 1955, pode-se concluir que ela foi escrita quase que na mesma época em que ocorria, o que permite ao autor fazer um retrato mais fiel da realidade. Ah, a história é fictícia...

Como protagonistas, temos novamente o casal Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, alçados à fama mundial 11 anos atrás por "Titanic" (1997). Considero-os como sendo os melhores atores de sua geração; ambos foram injustamente discriminados após estrelarem o maior blockbuster da história, mas os fatos estão aí para provar o quão bons são: DiCaprio já foi indicado, após "Titanic", a 2 Oscars e 6 Globos de Ouro (sendo que em 2007 concorreu contra ele mesmo ao Globo, por suas excepcionais atuações em Diamante de Sangue e Os Infiltrados), e Winslet, após "Titanic", já foi indicada a 4 Oscars e 5 Globos de Ouro (venceu o Globo como melhor atriz principal e como coadjuvante também neste ano, feito inédito na História para uma mesma pessoa), incluindo as indicações de 2009. As observações após "Titanic" são necessárias pois o casal não foi escolhido por acaso para o filme de 1997: ambos já tinham uma indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro cada (Kate foi indicada aos dois pelo próprio filme do navio, além disso), já eram promessas. Provam, nesse filme, para alguém que ainda tivesse alguma dúvida, que são sim a mais pura realidade.

Ele é Frank Wheeler; ela, April Wheeler. Ambos formam o casal Wheeler, típico norte-americano da classe-média: dois filhos pequenos, moram no subúrbio de Nova Iorque, ela é dona de casa zelosa, e ele trabalha no escritório, fazendo algo maçante, que odeia. Ela é atriz formada, mas, digamos, não é nenhuma Kate Winslet, hehehe... Por isso, abandonou a carreira bem no seu início. Ele, meio que "foi parar" nesse emprego, ainda não descobriu sua verdadeira vocação. A vida deles é o retrato da rotina, da pior forma possível. Decidem então por algo "revolucionário", mas que será "apenas um sonho": mudar para Paris, onde ela irá sustentar a casa, trabalhando como secretária do governo, e ele terá tempo para descobrir qual seu real talento. Com o tempo, e acontecimentos durante o filme, o plano revela-se um fracasso, e o final do filme é bastante triste e pessimista.

O filme não explica, em nenhum momento, o porquê do comportamento dos personagens, apenas o documenta. Isso é um defeito. Outro defeito é que seu desfecho é um tanto quanto abrupto - talvez seja assim propositalmente, mas não me agradou. Além disso: cadê essas crianças? Por que elas somem nos momentos mais difíceis?!? (Assistam ao filme e entenderão...). A direção do filme é de Sam Mendes, marido na vida real de Kate Winslet que estreou ganhando tudo que podia com o longa "Beleza Americana", e cuja obra desconheço - "Foi Apenas Um Sonho" é o primeiro filme a que assisto dele. Uma direção insatisfatória no que diz respeito ao filme como um todo, uma vez que, por ser pretencioso demais, acaba não tendo um resultado tão sensacional quanto se espera. No entanto, o elenco está simplesmente impecável: me arrisco a dizer que é a melhor atuação de um elenco completo que já vi.

Tanto DiCaprio quanto Winslet conseguem gritar-e-brigar-e-fazer-as-pazes-e-gritar-e-brigar-de-novo muito naturalmente, sem serem histéricos ou falsos (ao contrário de Angelina Jolie em "A Troca", por exemplo...); conseguem passar muitas coisas por simples olhares e expressões faciais, por diversas vezes. Além deles, que aparecem em uns 90% das cenas do filme, temos coadjuvantes sensacionais, desde os mais importantes até aqueles que quase são figurantes: Michael Shannon (indicado ao Oscar por esse papel) é John Givings, um matemático que atualmente é considerado insano e que, em 3 cenas e uns 10 minutos, percebe tudo que ocorre com o casal e usa sua "blindagem" de louco para falar tudo que todos, no filme e na platéia, sabem, mas que ninguém tem coragem de dizer, ainda mais com o tom e as palavras que ele usa; Kathy Bates (que fez um trabalho im-pres-sio-nan-te em "Louca Obsessão", pelo qual ganhou o Oscar de 1991, e sempre está bem, seja na comédia ou no drama) está perfeita como a amiga/vizinha que é só fachada; Dylan Baker é o perfeito colega pentelho que todos nós temos; e, por fim, Zoe Kazan está no tom certinho como secretária bonitinha, tontinha, mas safadinha...

O filme ainda conta com ótima trilha sonora de Thomas Newman, bela fotografia de Roger Deakins, e precisa recomposição de época, com a direção de arte de Kristi Zea e Debra Schutt e figurino de Albert Wolsky (a direção de arte e o figurino concorrem ao Oscar). Pelo elenco fantástico - não cansarei de dizer... - e pelos elementos acima, o filme merece 8,5. No entanto, se esses "acessórios" fossem de qualidade apenas razoável, o filme se tornaria praticamente insuportável, por falta de estofo (roteiro e direção).

Textos #2 - Mais um poema!

Posted: quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Esse, foi escrito em março de 2007. Ficou em segredo, o poema e o sentimento, por meses...
A destinatária adorou o poema, mas o meu sonho não se tornou realidade...


Poema à minha branquinha

Quando a vi na semana de recpção
Comecei a ficar antenado
Depois, me deixou encantado
Você conquistou meu coração

Ao observá-la pude notar,
Com vários exemplos obtidos,
O quanto nós somos parecidos
Quero alguém assim para amar

Deve ter percebido o quanto a olhava
Por ser tímido, antes não me declarei
Mas sempre em você pensava
Continuo pensando e pensarei

Já sonhei que a gente namorava
Como quero que se torne realidade
Espero que comigo não fique brava
Porque essa é toda a verdade

Televisão #1 - Dica de filme

Posted: quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Sei que é um horário completamente insólito, mas, para aqueles que eventualmente não possam ficar acordados até as 4h da manhã e ainda possuem um aparelho de videocassete, ou para os mais modernos que têm gravador de DVD, podem programar a gravação e ir dormir: na madrugada de quinta-feira para sexta-feira, a Rede Globo irá passar no Intercine, às 2h05min da manhã, um desses dois filmes: "Gattaca, Experiência Genética", de 1997, ou "Quase Famosos", de 2000.

O primeiro, como dá para perceber pelo trocadilho do título (com as letras A, C, G e T, do DNA), trata sobre clonagem humana no futuro, e dilemas decorrentes disso; é a estreia como diretor e roteirista de Andrew Niccol, roteirista premiado por um de meus filmes favoritos, o primoroso "O Show de Truman" (1998), além de ter sido diretor e roteirista de outro excelente filme, "O Senhor das Armas" (2005), cuja sequência inicial ("a vida de uma bala"), quando passam, entre outros, os nomes dos atores, é das mais legais que já vi. Como roteirista, Niccol é genial; como diretor, deixa um pouquinho a desejar...

Já o segundo filme, "Quase Famosos", também é um dos meus preferidos. Já falei dele no blog (aqui), e conta a história de um adolescente de 15 anos que é contratado pela revista Rolling Stone para escrever sobre a turnê de uma banda. Para isso, a acompanha pela estrada, vivendo experiências nunca antes experimentadas, o famoso "sexo, drogas e rock n' roll" - um pouco amenizado e romantizado -, e sairá completamente mudado depois disso.

Filmes no cinema #4 - "Sete Vidas"

Posted: terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Nota: 5,0


Um drama meloso chato pra caramba. Tirando o início e o final do filme, é isso que penso de "Sete Vidas", mais um filme no qual Will Smith quer ser o centro máximo das atenções, assim como nos seus três últimos filmes - "Hancock", "Eu Sou A Lenda" e "À Procura da Felicidade". Aliás, em "Sete Vidas" Smith retoma a parceria que lhe rendeu uma indicação ao Oscar com o diretor Gabriele Muccino, de "À Procura...". Mas, se neste tivemos um filme de sucesso, que trabalhava com a emoção sem nunca ser raso nem piegas, em "Sete Vidas" temos o oposto: um filme que força demais a barra para provocar choro na plateia, abusando de cenas intencionalmente chocantes e desnecessárias.

Além de tudo isso, Smith está incrivelmente mal no filme: com a mesma cara de sofrimento em quase todas as cenas, não consegue convencer o espectador. Só para se ter uma idéia, que dá um banho de interpretação nele é a porto-riquenha Rosario Dawson, de filmes irrelevantes como "Controle Absoluto" e "Josie and the Pussycats". Ela, que muitos (inclusive Will Smith, que afirmou que se sentiu acanhado em fazer cenas de sexo com a atriz, pois ela é muito bonita) consideram linda e sexy e tal - eu não! - faz o papel de Emily Posa, uma jovem que necessita de um transplante cardíaco e está muito debilitada. Com uma pequena ajuda da maquiagem, fica-se totalmente convencido de seu estado terminal. Já o personagem de Smith, Ben Thomas, é um fiscal da receita federal que acaba se envolvendo com Emily. Fala para ela diversas vezes que está vivendo mal e tal, que se trata mal, se alimenta mal, mas sua aparência é ridiculamente boa e saudável (está até bastante musculoso, eu diria...).

Não vou revelar mais sobre a história pelo segunite: durante o filme, pensei em dar uma nota 3,0, quem sabe até um 2,0. No entanto, o início, mostrando cenas em flashback fragmentadas (que viriam a aparecer esporadicamente durante todo o filme) e o "surpreendente" final me fizeram aumentar a nota para 5,0. As aspas em surpreendente estão lá pois o filme dá inúmeras dicas o tempo todo de qual será esse fim. Eu é que não costumo perceber essas viradas. E nem tento, para não estragar o filme, digamos assim. No entanto, para alguém que faça isso, ou seja um pouco mais esperto que eu, entenderá rapidamente onde o filme vai chegar, e aí ele se torna bem ruim, uma vez que a reflexão que ele provoca é um tanto quanto egoísta e absurda: Ben Thomas, ao fazer o que faz, acaba por pensar primeiro em si mesmo, e não nos outros, como aparenta. E, por fim: o método como escolhe quem vai ajudar...é absurdo! Exemplo: só porque se é um bom funcionário significa que se é uma boa pessoa, com bom caráter? Verossimilhança passa longe desse dispensável drama...

Cenas musicais #2 - "Whole Wide World" em "Mais Estranho Que A Ficção"

Posted:
Falei sobre o filme "Mais Estranho Que A Ficção", de 2006, no post anterior, quando falei que o vocalista do Spoon era responsável pela trilha sonora. Nela, consta também uma música de 1977 (lançada como single em 1978) do cantor e compositor inglês Eric Goulden, cujo nome artístico é Wreckless Eric, chamada "(I'd Go The) Whole Wide World". Ele nasceu em 18 de maio de 1954 na Inglaterra, e ainda está na ativa: lançou, em parceria com sua esposa Amy Rigby, um disco no ano passado (veja em seu site oficial). "Whole Wide World" foi o grande hit de toda sua carreira, tendo sido considerada pela revista Mojo como um dos 100 melhores singles de punk de todos os tempos.

No filme, ela é usada nessa cena abaixo, que ocorre quando Harold Crick, personagem de Will Ferrell, que é um homem da receita federal americana, acaba indo jantar na casa de uma doceira a qual ele havia ido cobrar os impostos dias atrás (Ana Pascal, papel de Maggie Gyllenhaal). Por motivos insólitos - só vendo o filme para entender... - Harold acha que irá morrer em breve, e havia decidido aprender a tocar guitarra, sonho desde sua infância, mas que nunca tinha realizado antes. Daí, acontece essa linda cena, embalada por "Whole Wide World":




Obs: acho que é óbvio, mas tem que dar pause no player ao lado para poder ouvir o vídeo...=)

Artista famoso - Bon Jovi; Artista "desconhecido" - Spoon

Posted: segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Bon Jovi era uma banda de hard rock (metal farofa) nos anos 80, se tornou de pop/rock nos anos 90, e recentemente virou uma banda quase de country...

Formada em março de 1983, quando o vocalista Jon Bon Jovi (nascido John Francis Bongiovi) se juntou ao seu amigo de adolescência David Bryan, mais ao baixista Alec John Such e ao baterista Tico Torres, e mais posteriormente ao guitarrista Richie Sambora, o Bon Jovi é de New Jersey, EUA. Este estado já deu ao mundo do rock outro famoso: Bruce Springsteen. É também terra dos emos - mas bons! - do My Chemical Romance.

Jon é primo de Tony Bongiovi, que, como produtor e engenheiro de som, já trabalhou para bandas como Aerosmith e Ramones. Certa vez, em setembro de 1980, Tony arranjou um emprego para Jon, de faxineiro de seu estúdio, o "Power Station". Jon, que era uma espécie de faz tudo do lugar, aceitou o emprego numa boa, ganhando meros US$52,50 por semana, pela oportunidade que teria de ficar perto de seus ídolos. Durante este período, mais ou menos um ano e meio, Jon dormiu nos fundos do estúdio, no chão, infeliz e humilhado. Mas valeu a pena: um dia, ele entrou no estúdio e começou a mexer nos equipamentos para tentar gravar uma fita demo com músicas por ele mesmo criadas. Flagrado por Steven Tyler, líder do Aerosmith, sentiu como se estivesse cometendo o mais grave dos crimes, pois estava ali sem autorização. Tyler não só o ajudou com os equipamentos como, ao perceber que o "intruso" estava com muita fome, pagou uma cerveja e um lanche. Desde esse fato que os dois jamais deixaram de ser amigos e Jon nunca mais esqueceria o que Tyler fez por ele. Já se apresentaram juntos algumas vezes, como por exemplo em 1989, tocando "Walk This Way", do Aerosmith.

Jon assinou contrato com a gravadora Polygram,
do presidente Derek Schuman. Conforme Schuman, o nome Bon Jovi (de Bongiovi) tinha mais efeito e apelo midiático que seu sobrenome original. E assim surgiu o nome da banda, que viria a ser completada com os outros integrantes depois.

Em janeiro de 1984, foi lançado o primeiro álbum da banda, Bon Jovi. O disco teve apenas um grande hit, "Runaway", o primeiro da carreira deles. É um bom trabalho, apesar de ter vários clichês do hard rock que se fazia na época, e um excesso de teclados também. Nada inovador, enfim, mas regular. Em abril de 1985, lançam seu segundo disco,
7800° Fahrenheit. Também tem apenas um sucesso, "In And Out Of Love", mas é um trabalho inferior ao primeiro, diria até que é o pior da parte "hard rock" da carreira deles. Poucas músicas memoráveis, e, em vez de usar clichês do hard rock, copiaram o que haviam feito no primeiro álbum, de forma piorada.

Eis que então, por sugestão de Gene Simmons, baixista e vocalista do Kiss (banda para a qual o Bon Jovi abriu alguns shows na época), chamam o hitmaker Desmond Child para ajudá-los na composição de seu próximo álbum. Em agosto de 1986 sai o que é até hoje o maior sucesso da banda, tendo vendido 12.000.000 de cópias somente nos EUA: Slippery When Wet (tradução: escorregadio quando molhado). Um dos "1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer" (único do Bon Jovi na lista), Slippery... os tornou grandes astros do rock no mundo. Contendo sucessos como "Livin' On a Prayer", "You Give Love a Bad Name" e "Wanted Dead or Alive" (que será citada novamente nesse texto), o disco recebeu seu nome por um motivo no mínimo curioso, segundo David Bryan: "durante a gravação do disco nós freqüentemente iamos a um clube de streaptease onde belas garotas passavam água e sopa umas nas outras. Elas ficavam escorregadias por causa disso, e você não podia segurar mesmo que você quisesse muito. 'Escorregadio quando molhado!!' um de nós gritou e o resto de nós automaticamente já sabia: esse tinha que ser o título do novo álbum! Inicialmente nós íamos pôr uma foto de uns belos peitos, uns realmente grandes, na capa; mas quando o PMRC (uma comissão de moral) descobriu, estávamos com problemas. Então decidimos pôr uma capa bem decente."

Seguiu-se então uma turnê de enorme sucesso, e, logo após o seu final, para provar que seu sucesso não era passageiro, o Bon Jovi entrou em estúdio para gravar mais um álbum. Em setembro de 1988, saiu New Jersey, que é para mim o melhor álbum da banda. Com músicas como "Bad Medicine", "Lay Your Hands On Me" (ouça essa, pelo menos os 2 minutos iniciais, com fone de ouvido, é sensacional!), "Born To Be My Baby" e a açucarada - mas impossível de não cantar junto - balada "I'll Be There For You", o Bon Jovi se mostra na mesma ótima forma instrumental que estava no álbum anterior, mas com canções com letras e melodias mais sérias, amadurecidas. Um disco mais amargo, menos animado que o anterior, que mostrou sim que eles não eram uma "banda de um só verão".

Engataram uma turnê para divulgar o disco logo em seguida, o que quase destruiu a banda: muitos desentendimentos aconteceram, principalmente entre Jon e Ritchie. No entanto, durante esse período de turnê, foram considerados os responsáveis por "inventarem" o "gênero" Acústico MTV, ao terem apresentado "Livin' On a Prayer" e "Wanted Dead or Alive" desplugadas no VMA de 1989.

Com todos os desentendimentos causados pelo longo período juntos (de 1986 a 1990, juntaram lançamento de álbum atrás de turnê sem parar), era natural que tirassem umas férias. Então, isso foi feito, o que abriu espaço para projetos-solo paralelos: em meados de 1990, Jon Bon Jovi lançou seu primeiro disco solo, Blaze Of Glory, trilha sonora do filme "Jovens Demais Para Morrer 2". Essa trilha teve como sucessos "Miracle" e a música-título, "Blaze Of Glory", que rendeu um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar para Jon, em 1991. Ritchie Sambora também lançou um disco solo, Stranger In This Town, com músicas mais voltadas para o blues.

Nesse tempo em que o Bon Jovi ficou parado, muito mudou no mundo do rock: o Guns N' Roses, que era a maior banda do mundo (e que tocava hard rock semelhante ao da banda de Jon), havia perdido seu posto para o Nirvana e todo o movimento grunge. Então, não fazia mais sentido voltar e fazer tudo como antes. Tentando seguir um novo caminho, o Bon Jovi lança então, em 1992, o mediano álbum Keep the Faith, acompanhado por uma mudança de visual que inclui cabelos e roupas menos espalhafatosas, condizentes com o novo momento vivido (fotos do antes e do depois). Com mais letras políticas e tal, músicas mais longas e mais bem trabalhadas, a banda sobrevive na cena mundial: não são mais tão grandes como antes, mas ainda relevantes e vendendo milhões de discos. "Keep The Faith" e a balada à moda antiga "Bed Of Roses" são os destaques.

Em 1994, decidem lançar a coletânea Crossroad, que faz um enorme sucesso mundo à fora. Contém duas músicas inéditas: a animada e otimista "Someday I'll Be Saturday Night" e mais uma balada açucarada, dessa vez um pouco menos inspirada que as anteriores, mas ainda assim um sucesso maciço: "Always", música que me apresentou à banda =). No mesmo ano em que a coletânea é lançada, o baixista Alec John Such deixa a banda. Ele nunca foi substituído oficialmente desde então, num consenso entre os membros restantes: Hugh McDonald assume seu posto, mas é considerado, até hoje, membro não-oficial do Bon Jovi.

Em 1995, talvez por causa da saída de Alec, sai um disco mais crítico e soturno ainda que Keep The Faith: These Days. É um excelente disco, não tão hard rock e mais pop/rock, mas inspirado: músicas como a reflexiva "These Days", a linda "Hearts Breaking Even", e a épica "My Guitar Lies Bleeding In My Arms" são consideradas por muitos fãs como as últimas realmente boas compostas pela banda, além de estarem entre as melhores de todas os tempos deles. Saem em turnê mundial, que inclusive passou pelo Brasil, esgotando ingressos por todos os lugares onde passam e mostrando que, agora que a onda grunge já havia passado, ainda estavam firmes e fortes.

Depois da exaustiva turnê, decidem novamente dar uma parada: Jon inicia uma improvável carreira de ator em Hollywood, que obviamente não obteve grande sucesso, e lança em 1997 outro disco solo: a trilha sonora de um filme no qual atuou, "Destination Anywhere". Lá está o grande sucesso "Janie, Don't Take Your Love To Town", bastante pop para o que poderia fazer na banda. Sambora também lança mais um disco solo, Undiscovered Soul, novamente voltado para o blues. Algumas músicas chegam a tocar nas rádios no Brasil, como "Hard Times Come Easy".

Em 1999, voltam a se reunir para gravar a canção-tema do filme EdTV, "Real Life". A canção e o filme falam um pouco da onda de reality-shows que começara a invadir os EUA na época, e infelizmente perdura no mundo até hoje...

Em 2000, lançam o álbum da nova volta, Crush. O primeiro single é um dos maiores sucessos da história da banda, "It's My Life" (cujo clipe foi inspirado no interessantíssimo filme "Corra, Lola, Corra"). Outras músicas de sucesso são "One Wild Night", na qual Ritchie tenta (apenas tenta...) mostrar que ainda está em forma para compor novos riffs e solos, e uma das mais tocadas em casamentos pelo planeta desde que foi lançada, "Thank You For Loving Me". A melhor música do disco, "Just Older", não foi single, sabe-se lá por que...O disco não é ruim, mas também não é bom: ao tentar fazer um hard rock meio dos velhos tempos, misturando algo de pop no meio, o Bon Jovi começa a mostrar que perdeu totalmente o rumo.

Em 2002, sai o desastroso Bounce, parcialmente inspirado nos atentados de 11 de setembro. Buscando uma sonoridade mais moderna, tentando soar contemporâneo, o máximo que o Bon Jovi consegue é lembrar os melhores momentos de "coisas que emitem som" como o Creed, na razoável "The Distance". "Misunderstood" tem um clipe engraçadinho, e foi mega hit no Brasil por ser trilha da novela Mulheres Apaixonadas (no Vale a Pena Ver de Novo, amanhã!!!).

Em 2003, outro erro: lançam um disco recriando seus maiores sucessos em novas versões, acústicas, This Left Feels Right. No entanto, o nome do disco poderia muito bem ser "This Left Feels Wrong": todas as músicas soam horrivelmente! Não há uma que se salve. Como li de um crítico numa extinta revista sobre cultura pop chamada Zero, o disco é um aborto da natureza. Além disso, há uma comunidade no orkut de nome genial para discutir esse álbum: "Quem mexeu na minha farofa?", numa citação ao metal farofa que o Bon Jovi destruiu aqui, e também ao livro de auto-ajuda "Quem mexeu no meu queijo?". Hahahaha!

Em setembro de 2005, lançam um álbum próximo ao Crush: Have a Nice Day. O primeiro single, a música título, lembra bastante "It's My Life", por exemplo, com letra pior. "Welcome To Wherever You Are" é que tem a melhor letra: mesmo que ela seja direcionada a uma faixa etária de uns 12 a 18 anos, pela sua profundidade, é uma boa música. Começam a guinada rumo ao country, ao gravar "Who Says You Can't Go Home". Posteriormente, lançam uma versão dessa música em parceria com Jeniffer Nettles da banda americana de country Sugarland, e a gravação entra para a história como sendo a primeira música de uma banda de rock a ficar em primeiro lugar nas paradas de rádios de música country.

Vendo o sucesso e o dinheiro que o mundo country poderia lhes proporcionar, lançam em 2007 o disco Lost Highway, quase inteiro só com músicas country. Há um dueto com a famosa cantora country LeAnn Rimes, e enjoadas baladas como "(You Want To) Make A Memory". Salvam-se duas músicas: a divertida "I Love This Town", e uma que (praticamente) não é country, "Any Other Day".

Estavam certos no que diz respeito ao quanto essa mudança para o country poderia lhes render: segundo a revista Billboard, o Bon Jovi teve a turnê mais rentável do ano ("Lost Highway"), arrecadando US$ 210,6 milhões. há um DVD à venda da turnê, mas a banda ainda lançará mais um DVD, dos dois últimos shows da turnê, ambos no Madison Square Garden no final de 2008. A banda tem promessas grandes planos para 2009: espera-se um novo álbum que vai fugir ao estilo country do álbum Lost Highway, voltando ao rock, que é o que o Bon Jovi sempre soube fazer.

Para terminar, uma comparação que me soa pertinente, apesar de obviamente existirem algumas diferenças, e não vou falar muito sobre ela, vou deixar que reflitam e pensem o porquê de eu fazê-la: o Jon Bon Jovi brasileiro existe e chama-se Paulo Ricardo! Hehehehe...

CD1
1- Runaway
2- In And Out Of Love
3- You Give Love A Bad Name
4- Livin' On A Prayer
5- Wanted Dead Or Alive
6- Never Say Goodbye
7- Lay Your Hands On Me
8- Bad Medicine
9- Born To Be My Baby
10- Stick to Your Guns
11- I'll Be There For You
12- Keep The Faith
13- Bed of Roses
14- Someday I'll Be Saturday Night
15- Always

CD2
1- Something For The Pain
2- This Ain't A Love Song
3- These Days
4- My Guitar Lies Bleeding In My Arms
5- Hearts Breaking Even
6- Real Life
7- It's My Life
8- Thank You For Loving Me
9- Just Older
10- One Wild Night
11- The Distance
12- Misunderstood
13- Have A Nice Day
14- Welcome To Wherever You Are
15- Who Says You Can't Go Home
16- Any Other Day
17- I Love This Town



O Spoon é uma banda de indie rock, ou rock
alternativo, formada no fim de 1993 pelo vocalista e guitarrista Britt Daniel e pelo baterista Jim Eno. A formação original tinha ainda o guitarrista Greg Wilson e o baixista Andy McGuire. Andy ficou na banda até 1997, quando foi substituído por Joshua Zarbo que, por sua vez, saiu do Spoon em 2007, dando lugar ao atual baixista, Rob Pope. Greg posteriormente também saiu da banda, que atualmente também é composta por Eric Harvey, guitarrista, tecladista e percussionista, totalizando os quatro da foto ao lado.

Após lançar, em 1994, o EP The Nefarious, em 1996 sai seu primeiro álbum completo, Telephono, das ótimas "Don't Buy The Realistic" e "The Government Darling". Era um disco bastante cru, com claras influências de bandas pós-punk como o Pixies. Pouco mais de um ano depois, em 1997, sai outro EP, Soft Effects. Este EP mostrou um Spoon mais sofisticado, um som com mais camadas e detalhes. Com ele, conseguiram assinar contrato com a gravadora Elektra Records.

Em maio de 1998, lançam seu primeiro disco por uma grande gravadora: A Series of Sneaks. Apesar de ser um bom disco, o melhor da carreira deles até então, com grandes músicas como "Advance Cassette", ainda continuavam sendo uma banda de rock alternativo, que falava com um público restrito. Assim, quatro meses após o lançamento do disco, foram dispensados da gravadora, assim como o responsável por fazer seu contrato.

Em 2000, após assinarem com a gravadora de indie rock Merge Records, lançam outro EP, Love Ways. No ano seguinte, alcançam um sucesso nunca antes visto em sua carreira, com o álbum Girls Can Tell, muito provavelmente por causa da bela canção "Everything Hits At Once". Girls Can Tell vende mais que todos os outros trabalhos do Spoon juntos, e agora a banda está pronta para o sucesso. Ah, e ainda mantém lá em cima a qualidade de seus trabalhos.

Sucesso que só aumenta, e muito, com o lançamento de Kill the Moonlight em 2002. Esse disco contém a música "The Way We Get By", um dos maiores clássicos da banda até hoje, e que chegou a ser trilha do seriado "The O.C.". O álbum tem outros clássicos da banda, como "Jonathon Fisk" e "Stay Don't Go". E assim o Spoon continua mostrando uma regularidade impressionante em fazer bons discos.

Em maio de 2005, lançam Gimme Fiction, que chegou ao 44º lugar na lista Billboard 200. Mais um disco excelente, de uma banda que começa a mostrar que era mais que uma promessa alternativa. Tem várias músicas excepcionais: "The Beast and Dragon, Adored", "I Summon You" (música que acho uma das duas melhores deles) e os dois maiores hits do álbum, "I Turn My Camera On" e "My Mathematical Mind". A primeira foi usada num episódio do seriado Bones e também num episódio de Os Simpsons; a segunda, era a principal da trilha do muito legal "Mais Estranho Que A Ficção", que deu a Will Ferrell o melhor papel de sua vida. Aliás, esse filme contou com uma trilha sonora instrumental feita por Britt Daniel em parceria com Brian Reitzell, e as músicas eram, geralmente, versões instrumentais das músicas do Spoon, dos álbuns Kill The Moonlight e Gimme Fiction.

Em 2007, o Spoon ganha destaque e projeção mundiais, com o lançamento de um daqueles que foi considerado por muitos como o melhor disco do ano: Ga Ga Ga Ga Ga - que chegou ao 10º lugar na lista Billboard 200. Desde "Don't Make Me A Target", passando pela ótima "The Ghost Of You Lingers" até chegar na matadora "Finer Feelings", o disco é uma obra-prima de ponta a ponta. Além disso, tem um ótimo single, que virou hit nos EUA, e proporcionou-lhes várias aparições na TV de lá: "The Underdog" (a outra das duas que acho que são as melhores...), um exemplo de como se deve usar metais no rock.

O sucesso do disco apresentou a banda a vários fãs pelo mundo, inclusive a brasileiros como eu. Isso proporcionou a vinda deles para cá em 2008, para fazer um show no Festival Planeta Terra. O show foi um dos melhores da noite, e "The Underdog" (o link está correto, a música é essa mesma, a informação do site é que está errada...), mesmo sem os metais, foi um dos momentos mais memoráveis do festival. E eu ainda consegui pegar o setlist do show! Veja-o aqui.
Só um detalhe: não existe a música "Black Like My President" que consta no setlist, existe "Black Like Me". No entanto, o show foi poucos dias após a vitória de Barack Obama à presidência dos EUA, e o Spoon é declaradamente uma banda pró-democratas (veja como está a página inicial do site oficial deles). Daí, fizeram essa homenagem...

CD
1- Don't Buy The Realistic
2- The Government Darling
3- The Minor Tough
4- Advance Cassette
5- Everything Hits At Once
6- Me And The Bean
7- Believing Is Art
8- Lines In The Suit
9- The Way We Get By
10- Stay Don't Go
11- Jonathon Fisk
12- The Beast And The Dragon, Adored
13- I Turn My Camera On
14- My Mathematical Mind
15- I Summon You
16- Don't Make Me A Target
17- The Ghost Of You Lingers
18- You Got Yr. Cherry Bomb
19- Don't You Evah
20- The Underdog
21- Finer Feelings

Oscar #2 - Quem eu acho que serão os vencedores de 2009

Posted: sábado, 24 de janeiro de 2009
Melhor filme
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor diretor
Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)

Melhor atriz
Kate Winslet (O Leitor)

Melhor ator
Mickey Rourke (O Lutador)

Melhor atriz coadjuvante
Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)

Melhor ator coadjuvante
Heath Ledger (Batman - O Cavaleiro das Trevas)

Melhor roteiro original
Milk - A Voz da Igualdade

Melhor roteiro adaptado
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor trilha sonora original
A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário?)

Melhor canção original
Peter Gabriel - Down to Earth (Wall-E)

Melhor filme estrangeiro
Waltz With Bashir, de Ari Folman (Israel)

Melhor animação
Wall-E

Melhor curta de animação
La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato

Melhor documentário
Man on Wire, de James Marsh e Simon Chinn

Melhor documentário em curta-metragem
The Conscience of Nhem En

Melhor curta-metragem
Auf der Strecke (On the Line)

Melhor direção de arte
A Troca

Melhor fotografia
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Wally Pfister)

Melhor edição
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Lee Smith)

Melhor mixagem de som
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Lora Hirschberg, Gary Rizzo e Ed Novick)

Melhor edição de som
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Richard King)

Melhores efeitos especiais
O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)

Melhor maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button (Greg Cannom)

Melhor figurino
O Curioso Caso de Benjamin Button (Jacqueline West)

Oscar #1 - Indicados 2009

Posted: sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Ontem foram divulgados os indicados nas 24 categorias que fazem parte do Oscar 2009, que ocorrerá no dia 22 de fevereiro. Dentre algumas poucas surpresas, a Academia se mostrou mais uma vez previsível, ao dar 13 indicações ao filme feito-para-o-Oscar "O Curioso Caso de Benjamin Button", por exemplo. Outro exemplo de como a Academia é previsível está num post que fiz numa comunidade sobre o Oscar 2009 no orkut, no dia 21/06/08, que reproduzo abaixo:


Com certeza, o Oscar será de Winslet...

Depois de ler essa notícia na Folha Online (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u414743.shtml), fiquei com a certeza de que a Academia irá dar, finalmente, o primeiro Oscar a Kate Winslet. As fotos podem ser vistas na reportagem do Telegraph (http://www.telegraph.co.uk/news/newstopics/celebritynews/2164617/Kate-Winslet-grows-old-for-Holocaust-drama-film-role.html). Como o filme trata do Holocausto, tema adorado pela Academia, que também adora atrizes que sofrem transformações radicais, acho que, apesar de não conhecer nenhum dos indicados e de estarmos em junho de 2008, em 2009 ninguém tira o Oscar de Kate.


Para quem não acredita que postei isso, podem confirmar aqui. E aguardem dia 22 de fevereiro, para a previsão se confirmar.

E amanhã, postarei minha previsão para TODAS as categorias (ainda preciso me informar melhor sobre os curtas...). Vamos ver quantas eu acerto...Mais de 10 eu garanto!

Notas #4 - Uma lição de Jakob Dylan

Posted: quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Acabei de falar da banda de Jakob Dylan, o The Wallflowers, uns posts atrás. Agora, aproveito para colocar um link para download da melhor performance que já ouvi sua banda fazer de seu grande hit, "One Headlight" (basta clicar no nome da canção). Mas, antes da apresentação, que começa acústica e se torna elétrica no meio, Jakob fala uma coisa que achei extremamente interessante, e que me permitiu concluir algumas coisas. Primeiro, a tradução do que ele falou, que é perfeitamente audível em inglês, para aqueles que entendem:

"A próxima canção me ensinou uma lição muito valiosa: não consigo me lembrar qual era agora...Não, é que...ao escrever música, nunca se sabe qual vai permanecer uma vida inteira com você. Então, trabalho duro agora, pois nunca se sabe qual delas vai ficar por aí por muito tempo. Tento arduamente gostar de todas elas, pois nunca se sabe..."

Daí, concluo que: por esse motivo, o de não gostar mais de algumas músicas, que algumas bandas simplesmente param de tocar algumas das favoritíssimas dos fãs, como o Los Hermanos fizeram com "Anna Julia", por exemplo. Não é birra, nem má vontade: imagine-se fazendo algo que odeia, da mesma forma, diversas vezes. Deve ser deveras chato! Concluo também que, na maioria dos casos, os sucessos não são planejados, eles simplesmente acontecem: Jakob não compôs "One Headlight" pensando "ah, finalizei uma canção que será um hit mundial!". Ele apenas escreveu mais uma música, como as várias outras de sua carreira, e ela simplesmente fez sucesso e as outras não, por motivos que ele não sabe quais são. Se soubesse, escreveria mais sucessos, oras...

E acho possível expandir essa lição para sua vida pessoal também, por que não? Momento de reflexão também é cultura pop...;)

Notas #3 - Richard Cheese and Lounge Against the Machine

Posted: quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Richard Cheese and Lounge Against The Machine (paródia com o nome da banda Rage Against The Machine) é uma banda hilária! Explicando: eles pegam músicas do rock, metal e às vezes rap e fazem versões "estilo lounge" para elas. Quer saber o que é "estilo lounge"? Lembrem-se dessa cena, do filme Austin Powers - O Agente ''Bond'' Cama, e saberão do que falo.

Enfim, eles pegam músicas muito consagradas, como "Sunday Bloody Sunday", do U2, ou ainda "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, e as transformam em coisas como mambo, músicas de "big band", músicas lentinhas para dançar de rosto colado... Isso sem considerar algumas alterações de letras, como em "We Are The World", que fica: "we are the world/keep Michael Jackson away from your children"...

A banda, na ativa desde 2000, já lançou 7 discos, incluindo na conta uma coletânea. Estão previstos mais 3 (!) discos em 2009, sendo o primeiro em abril.

Para facilitar a vida de todos, eu mesmo fiz uma seleção das músicas mais conhecidas que tem versão de Richard Cheese e cia., e fiz o upload! Abaixo, podem baixar e rir à vontade!

Erratas sobre o Elton John

Posted: terça-feira, 20 de janeiro de 2009
1) Apesar da versão original de "Skyline Pigeon" estar mesmo no álbum Empty Sky, de 1969, a que tocou na novela Carinhoso e fez muito sucesso no Brasil foi uma versão retrabalhada por Elton, mais romântica, que dá mais ênfase ao piano. Esta foi lançada como lado-b do single "Daniel", do álbum Don't Shoot Me I'm Only The Piano Player, de 1973.

2) A turnê Red Piano NÃO é a que veio para o Brasil, nem irá se encerrar em julho, na Alemanha. Pelo menos oficialmente, pelo site de Elton, o que acontece é o seguinte: paralelamente à Red Piano, que volta a ficar em cartaz em Las Vegas em fevereiro e, depois em abril (e é somente lá que ela ocorre!), ele faz também a turnê Rocket Man, que teve início em 2007 e já teve mais de 60 shows pela Europa, Ásia, Austrália, África e América do Norte.

Filmes no cinema #3 - "O Curioso Caso de Benjamin Button"

Posted: segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Nota "como crítico": 9,0
Nota "pessoal": 10,0


Nem sei por onde começar esse post... Bem, já sei: segunda-feira, 18h, sala de cinema lotada para assistir ao filme, 245 pessoas, muitas que nunca se viram, e que vieram dos mais diversos lugares, reunidas com um único propósito: passar 2h40 de suas vidas observando e tendo algum sentimento diante da tela. Ao meu lado esquerdo, uma moça que nada falou. Ao meu lado direito, duas moças que se tratavam por "mana", deviam ser irmãs. "Adoro cinema lotado, faz tempo que não vou a um assim!", diz uma delas. Eu também, o último filme que assisti nessas condições foi Batman - O Cavaleiro das Trevas. A outra responde: "É, se o povo for educado, é legal, se não...vão ficar atendendo o celular, conversando...é horrível!". Concordo com ela também. As duas não param de tagarelar até o início do filme. Quando ele se inicia, o silêncio impera na sala. Ainda bem!

E eis que então todos ali embarcam numa biografia, a de Benjamin Button (vivido na maior parte do longa por Brad Pitt), contada por ele e por seu grande amor na vida, Daisy (vivida na maior parte do filme por Cate Blanchett). Vai desde seu nascimento até a sua morte, tem tudo que uma biografia comum tem. O "curioso" do título é que dá a mágica ao filme: Button nasce um bebê com artrite, catarata...tem todas as doenças comuns aos velhos. Vai ficando criança, mas com aparência de idoso (careca, enrugado, tem que andar numa cadeira de rodas). Quando adulto só é que tem a aparência certa correspondente. Ao morrer, é um bebê comum. Ou seja, ele nasce velho e vai rejuvenescendo à medida que o tempo passa, ao contrário dos humanos normais.

Isso é muito bem explorado no filme: vemos que muitas das coisas que achamos que só velhos ou jovens podem fazer, na verdade, podem ser feitas pelos dois, depende muito mais de idade mental do que de idade física. Além disso, há uma frase que tenta igualar idosos e bebês: "Começamos e terminamos a vida usando fraldas." Até que é verdade, mas acho que o filme tenta forçar algumas situações. Mas nenhuma dessas situações estraga o maravilhoso tom fantasioso, com pitadas de humor, com o qual a história é contada. O símbolo recorrente para aproximar os jovens dos velhos é uma historinha infantil, inserida em excelentes momentos na história: cada vez que muda o emissor e o receptor, vemos que Benjamin não é mais o mesmo, que ele vive em sentido contrário ao dos demais, e como isso é para ele e para aqueles que o amam.

Resumindo o filme em uma frase: "uma história de amor impossível entre um romântico incurável e uma dançarina". Ponto em comum com a minha vida pessoal...Outro ponto em comum: assim como minha avó, Benjamin nasceu em 1918. Dessa maneira, é possível ver, e não apenas imaginar, tudo aquilo pelo que ela passou, mesmo considerando que Benjamin esteve nos EUA e minha avó no Brasil: ambos nasceram no final da I Guerra Mundial, viveram as consequências da crise da Bolsa de Nova York de 1929, enfrentaram toda a II Guerra Mundial, participaram das mudanças do mundo nos anos 60, encararam os anos 70 e 80...e, assim como Daisy, minha avó ainda viveu os anos 90 e vive os anos 2000...E, diferentemente da personagem do filme, ela está vivíssima e bastante lúcida! O filme usa como pando de fundo para contar sua história os acontecimentos do século mais transformador da História da humanidade, o XX.

Isso lembra algum filme? Sim, parece bastante "Forrest Gump - O Contador de Histórias" (1994), do diretor Robert Zemeckis, com Tom Hanks, que levou 6 Oscars em 1995, incluindo ator, diretor, filme e roteiro adaptado. Falando em roteiro, sabe quem era o roteirista de "Forrest Gump"? Eric Roth. E o de "Benjamin Button"? Eric Roth! Por isso, fizeram até o trailer do filme "The Curious Case of Forrest Gump"!!! Hahahaha...

Piadas e semelhanças à parte, o filme "O Curioso Caso de Benjamin Button" é baseado num conto de apenas 28 páginas, publicado em 1922 pelo escritor F. Scott Fitzgerald. Fitzgerald se inspirou em um comentário do escritor Mark Twain: "A vida seria infinitamente mais feliz se nós pudéssemos nascer com a idade de 80 anos e gradualmente nos aproximássemos dos 18.". Dirigido por David Fincher, que já havia trabalhado com Pitt em dois filmes anteriormente, no thriller Se7en (1995) e no fenomenal Clube da Luta (1999), "Button" é um filmaço, daqueles imperdíveis mesmo, que se manterá assim daqui a 20, 30 anos, por tratar de um tema tão caro a todos nós hoje em dia: o tempo, e como lidamos com ele. Além disso, analisa se faz alguma diferença a maneira com que lidamos com o tempo, ao mostrar duas vidas paralelamente, uma "indo", e a outra "vindo", e conclui que a frase de Mark Twain não é assim tão verdadeira quanto pode parecer à primeira vista. Não à toa, é um dos mais bem cotados ao Oscar nas principais categorias, como filme, diretor, ator... Está também bem cotado nas categorias técnicas, como fotografia e maquiagem.

Ah, a maquiagem... Está simplesmente perfeita! A parte que cuida de "mudar a idade" dos atores é comandada por Greg Cannom, vencedor de dois Oscar e indicado a mais seis, além de ter ganho um prêmio especial em 2005 por sua contribuição ao desenvolvimento de material de silicone para ser aplicado em maquiagens como as desse filme. A maquiagem, aliada aos efeitos especiais, proporciona o rosto idoso de Brad Pitt no corpo de uma criança de 7 anos! Assim como o envelhecimento, o rejuvenescimento dos personagens também está magnificamente bem feito: pode-se ver Pitt com seus 20 anos novamente...e toda essa mágica da maquiagem também é feita com Blanchett, que rejuvenesce e envelhece muito realisticamente. Há também ótimos elementos-chave para que os espectadores identifiquem em que ano o filme está: quando estamos em meados dos anos 60, toca "Twist and Shout", dos Beatles, na TV; quando é início dos anos 80, aparece um carro com a lateral toda com uma aplicação de madeira (semelhante à esse).

Se nada do que eu disse até aqui foi convincente, talvez um comentário que uma daquelas "manas" que falei no início do texto pode ser: numa cena em que Pitt, ao aparecer com sua aparência atual, sem maquiagem nem nada, com uma jaqueta de couro e óculos escuros, em cima de uma moto, ela falou "Nossa! Que gato!!!". E Cate Blanchett também não fica atrás não, homens: está uma gata também...menos quando fica moribunda no hospital.

Obs: a diferença nas notas se dá por causa de algo que já devia ter dito antes aqui: penso que há uma diferença entre "achar bom" e "gostar". Posso achar algo bom e não gostar daquilo, e vice-versa. No caso desse filme, o tempo exageradamente longo me fez tirar 0,5 ponto, e algumas frases do roteiro que parecem ter saído daqueles livros de auto-ajuda chinfrins de boca de caixa de livraria, como "Nada dura para sempre.", mais 0,5 ponto. No entanto, pelos motivos pessoais que enumerei acima, nada disso me faz gostar menos desse filme. Assim, imparcialmente minha nota é 9,0. Parcialmente, é 10,0. Ponto final.

Artista "desconhecido" - The Wallflowers

Posted: domingo, 18 de janeiro de 2009



The Wallflowers é uma banda americana que começou em 1989, tocando nas casas noturnas de Los Angeles, Califórnia. Atualmente, tem três membros fixos: seu vocalista, guitarrista, compositor e fundador da banda, Jakob Dylan - filho caçula do completamente lendário Bob Dylan, e conhecido por ser chamado de galã entre as garotas... -, o baterista Fred Eltringham, que entrou na banda em 2003, e o baixista Greg Richling, que se juntou ao Wallflowers em 1993. Também já passaram pela banda: Mario Calire, baterista (1995-2003), Barrie Maguire, baixista (1989-1993), Peter Yanowitz, baterista (1989-1994), Tobi Miller, guitarrista (1989-1995), Michael Ward, guitarrista (1996-2001), além do tecladista Rami Jaffee (1990-2008).

O primeiro disco, de 1992, auto-intitulado The Wallflowers, foi um sucesso de crítica e um fracasso de público, vendendo inicialmente apenas 40.000 cópias (hoje, estima-se que já tenham sido vendidas 1.000.000 de cópias pelo mundo). É, de fato, o "menos bom" álbum de estúdio do Wallflowers: letras "meia-boca", produção idem, que deixa as músicas com um som sujo, apenas fazem da banda uma nova promessa do mercado fonográfico.

Promessa essa que se cumpre no álbum seguinte, Bringing Down The Horse. Celebrado hoje como um dos grandes álbuns de pop/rock dos anos 90, o álbum já vendeu 6 milhões de cópias ao redor do planeta desde que foi lançado, em 1996. Rendeu três indicações ao Grammy para Jakob Dylan, e duas para a banda (sendo dois prêmios): na premiação de 1997, "6th Avenue Hearthache" (o primeiro single do disco) foi indicada na categoria "Melhor Performance Vocal por uma Dupla ou Grupo de Rock" (banda), e na categoria "Melhor Composição de Rock" (Dylan); na premiação de 1998, "One Headlight", hit número um da banda ao redor do planeta, ganhou o Grammy de "Melhor Performance Vocal por uma Dupla ou Grupo de Rock" (banda) e de "Melhor Composição de Rock" (Dylan), e Dylan ainda teve uma segunda indicação na categoria de composição, por "The Difference". O clipe de "One Headlight" ainda foi indicado em 4 categorias no VMA de 1997: "Escolha da Audiência", "Melhor vídeo por um Grupo", "Artista Revelação" e "Melhor edição", sendo que perdeu todos...No mesmo VMA, a banda cantou "One Headlight" acompanhada pelo grande Bruce Springsteen.

"One Headlight" é, realmente, uma sensacional música e perfeitamente executada, mereceu todo o sucesso e reconhecimento que obteve: como exemplo, note o recurso onomatopaico que Dylan usa na letra, na parte "I turn the engine, but the engine doesn't turn" (tradução: eu dou a partida no motor, mas o motor não liga). Pronuncie a frase. Irá ver que o som dela é exatamente o mesmo barulho que faz um motor ao se dar a partida e não ligar...Genial!

Na "crista da onda", em 1998 são chamados para regravar a música "Heroes", de David Bowie, para a trilha sonora do filme "Godzilla". Essa versão também se torna um grande sucesso pelo mundo todo.

Depois do auge, atingido por conta do álbum supracitado, o Wallflowers nunca mais conseguiu voltar ao topo, apesar de continuar lançando ótimas músicas e discos: em 2000, lançou (Breach), segundo pior disco da carreira deles, mas que contém algumas das melhores músicas (e só; são as que estão na minha seleção, o resto é ruim), como as enérgicas "Letters from the Wasteland" e "Sleepwalker", sendo que esta última fez relativo sucesso no Brasil.

Em 2002, outro álbum. Bom, mas nada sensacional, Red Letter Days tem como destaques, entre outras, "Everything I Need" e "Everybody Out Of The Water", que faz parte da trilha sonora do seriado C.S.I..

Em 2005, lançam seu último disco por enquanto: Rebel, Sweetheart. Para mim, esse disco consegue ser quase tão bom quanto o Bringing Down The Horse, apesar de não ter feito nem 5% do sucesso que o outro fez. Músicas como "The Beautiful Side Of Somewhere", inspirada nos atentados de 11 de Setembro e na Guerra do Iraque, e "Here He Comes (Confessions of a Drunken Marionette)" e seu assobio inicial fazem deste um álbum coeso, que não deixa em nenhum momento a peteca cair. Não é original, mas é feito com extrema competência.

Em 2008, Jakob Dylan lançou seu primeiro trabalho solo, Seeing Things. Fazendo uma música que o aproxima de seu pai, mais voz e violão, realizou outro bom disco. Porém, não faz muito meu gosto esse tipo de música que tem mais o estilo folk...


CD
1- Sugarfoot
2- Sidewalk Annie
3- One Headlight
4- 6th Avenue Heartache
5- Three Marlenas
6- The Difference
7- Heroes
8- Letters from the Wasteland
9- Hand Me Down
10- Sleepwalker
11- Some Flowers Bloom Dead
12- When You're On Top
13- How Good It Can Get
14- Everybody Out of The Water
15- Everything I Need
16- The Passenger
17- The Beautiful Side Of Somewhere
18- Here He Comes (Confessions of a Drunken Marionette)
19- Nearly Beloved