Artista famoso - Alanis Morissette; Artista "desconhecido" - The Corrs

Posted: domingo, 8 de fevereiro de 2009
Alanis Nadine Morissette é uma cantora e compositora canadense, nascida em Ottawa no dia 01 de junho de 1974, que já ganhou 7 Grammys e 12 Juno Awards (premiação para a música do Canadá). Começou a carreira mais cedo do que a maioria sabe, e, ao contrário do que a maioria pode pensar, ainda não a encerrou...

Aos 6 anos de idade, Alanis começou a ter aulas de piano. Aos 7, já sabia tocar o instrumento, bem como dançar balé, e manifestava seu talento para as artes. Aos 9 anos, Morissette compôs sua primeira música, "Fate Stay with Me", que foi mandada para uma cantora de folk local, Lindsay Morgan, que adotou Alanis como sua protegida. Morissette lançou a canção como um single por um selo fundado por ela e Morgan. Em 1986, ela estava no elenco do programa da CTV/Nickelodeon, You Can't Do That on Television.

Em 1988, assinou contrato com a gravadora MCA Records, pela qual, em 1991 (aos 16/17 anos, portanto), lançou seu primeiro álbum de estúdio, Alanis. Com todas as músicas compostas por ela e seu produtor, Leslie Howe, o disco foi lançado apenas no Canadá, onde vendeu 200.000 cópias, sendo um sucesso: ela chegou a abrir shows de Vanilla Ice! Foi indicada a 3 Juno Awards, saindo vencedora na categoria "revelação"; os outros dois que ela perdeu são referentes à canção hit do álbum, "Too Hot" ("single do ano" e "melhor gravação dance"). É um álbum de dance-pop, algo bem diferente do que ela viria a fazer no restante de sua carreira.

Em 1992, sai seu segundo álbum de estúdio, Now Is The Time. Mais uma vez, o disco foi lançado apenas no Canadá, mas não obteve o sucesso de seu antecessor: vendeu apenas 50.000 cópias. Com músicas que já não eram mais tão dance assim, já começava a esboçar a brusca mudança que ocorreria e a faria conhecida no mundo todo. Após cumprir o contrato de 2 discos com sua gravadora e com o insucesso de seu disco, ela foi dispensada. Mas lembre-se, Alanis ainda é jovem: no fim do ano, se formou no ensino médio...

Em 1993, muda-se de Ottawa para Toronto, onde começa a viver sozinha pela primeira vez na vida. Faz também viagens regulares a Los Angeles, nos EUA, para procurar músicos para colaborar com ela. Então, conhece Glen Ballard, um produtor e compositor. Alanis e Ballard rapidamente se identificam e começam a compor juntos o que viria a se tornar, em 1995, Jagged Little Pill - cuja tradução para o português é "aquele risquinho que existe no meio das pílulas". O álbum saiu pela gravadora Maverick Records, da qual Madonna é uma das fundadoras. Vendeu nada menos que 30 milhões de cópias pelo mundo todo (metade disso nos EUA), foi indicado a 8 Grammys entre 1996 e 1997 (dos quais ganhou 4, em 1996 - "melhor performance de rock feminina", "melhor composição de rock" ,"melhor álbum de rock" e "álbum do ano"), 9 Juno Awards (ganhou 8) e fez de Alanis a maior estrela do rock mundial, aos 21 anos.

O primeiro single já foi uma porrada: "You Oughta Know", com a participação do então guitarrista do Red Hot Chili Peppers Dave Navarro e do inconfundível baixista da banda até hoje, Flea, a letra e música da canção expõem toda a raiva da cantora contra um ex-namorado seu, que a trocou por outra, de forma bastante explícita (em trechos como "ela faria um boq**** em você num cinema?" ou ainda "você pensa em mim quando f**e ela?"). Depois desse, seguiram-se outros singles de sucesso enorme, como "Hand In My Pocket" e suas antíteses, "Ironic" - cujo clipe ganhou duas versões, uma com a Alanis mesmo, outra com uma "cover infantil" dela, o qual não achei na internet...=(- e sua explosão inesquecível no refrão, a mais alegre "You Learn" e a cheia de gaita "Head Over Feet", com o marcante clipe "a cara da Alanis". Marcado por muito desabafo, de certa forma comum à jovens de sua idade, Morissette rapidamente achou ouvidos que se identificaram com ela, e virou fenômeno. Tanto que ela foi precursora de inúmeras cantoras de rock que vieram depois dela, como por exemplo Pink e Avril Lavigne, além de ter aberto portas para outras cantoras que não especificamente de rock, como a Shakira (no começo, era mais música e menos dança-espetáculo, lembrem-se). Seguiu-se uma exaustiva turnê, na qual seu baterista era Taylor Hawkins, que mais tarde se juntaria ao Foo Fighters.

O documentário sobre a turnê, Jagged Little Pill, Live, rendeu à Alanis mais um Grammy, em 1998, na categoria "melhor longa metragem". Devido ao sucesso tremendo, Alanis foi convidada para compor uma música para a trilha sonora de um dos filmes mais tristes que conheço ("Cidade dos Anjos", de 1998): "Uninvited". A canção nunca foi lançada como single, nem em nenhum álbum da cantora, mas é até hoje um de seus grandes hits. Ganhou dois Grammy em 1999: "melhor performance de rock feminina" e "melhor composição de rock".

Acabada, Alanis vai tirar umas férias na Índia, onde acaba por passar também por uma espécie de "retiro espiritual". Eis então que, em 1998, depois de ficar mais zen, a cantora lança Supposed Former Infatuation Junkie disco menos simples que o anterior, mas mesmo assim muito bom: músicas longas, muitas sem refrão, com boas melodias e letras. Há mais variação no estilo das músicas, temos desde mais pesadas como "Baba" e "So Pure", até músicas bem mais calmas, que refletem sua nova fase, como "That I Would Be Good" e o único grande sucesso mundial que saiu desse disco, "Thank U". O álbum vendeu 11 milhões de discos, mas tirou Alanis do topo, como era inevitável, aliás.

Em 1999, decide gravar um precoce Acústico MTV, no qual obviamente só constam músicas a partir de Jagged Little Pill. O disco tem 12 canções, sendo 4 de cada um dos dois álbuns (contando "Uninvited" como sendo de Supposed, por ser da mesma época) e mais 4 gravações inéditas, sendo que coloquei duas na minha seleção: a melhor das novas, "Princes Familiar", e outra que é uma cover da banda de Sting, The Police, "King Of Pain" (ouça a original). Alanis Morissette começa a ficar irrelevante no mundo da música.

Depois de três anos sumida, reaparece em 2002, com o disco Under Rug Swept. Pela primeira vez, Alanis conpunha todas as canções sozinha e ainda era produtora de um álbum. A crítica recebeu-o de forma irregular: uns gostaram, outros não. Eu não gosto, acho um disco bem chatinho, com letras ruins e melodias repetitivas. No entanto, acho que "Hands Clean" é a música mais legal que a cantora já fez na sua carreira, e "Precious Illusions" também é boazinha, figurando na minha seleção. O disco vendeu muito bem, obrigado - 7 milhões de cópias -, mas principalmente graças a fãs antigos do que a novos.

No mesmo ano de 2002, saiu um pacote CD/DVD chamado Feast on Scraps. O CD tinha apenas lados-B dos singles de Under Rug Swept, ou então músicas que ficaram de fora do disco. O destaque fica por conta da bela "Offer", que fez muito sucesso no Brasil graças à sua inclusão na trilha sonora da novela "Celebridade". O DVD contém um show da cantora, com seus maiores sucessos.

Em 2004, sai o disco So-Called Chaos, uma tentativa de volta ao passado, isto é, músicas mais simples e diretas, com uma pegada mais roqueira do que vínhamos ouvindo. O resultado é um disco razoável até, com músicas boas como "Eight Easy Steps" e a densa balada "Everything". Acontece que, se posto lado a lado com Jagged Little Pill, o disco perde de goleada. Como a comparação é inevitável, Alanis Morissette passa ao quase ostracismo com esse disco, virando praticamente uma ex-artista que canta seus sucessos do passado...

Confirmando o que eu falei acima, em 2005 ela lança Jagged Little Pill Acoustic, com todas as músicas do disco de 1995 gravado em versões acústicas, para comemorar seu décimo aniversário de lançamento. Vendeu 1 milhão de cópias. No mesmo ano, sai a coletânea The Collection, cuja novidade é o cover "Crazy", originalmente de Seal, feito para a trilha sonora do filme "De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter". Vendeu 1 milhão de cópias. Ainda em 2005, Alanis compõe a canção "Wunderkind" para a trilha sonora do filme "As Crónicas de Nárnia - O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa", que lhe rendeu uma indicação para o Globo de Ouro.

Some da mídia após isso. Reaparece numa brincadeira de 1º de abril em 2007, ao apresentar no YouTube uma versão debochada e irônica para a música "My Humps", do Black Eyed Peas de Fergie. Então, em meados de 2008, lança Flavors of Entanglement, álbum no qual volta a fazer o que fez em Under Rug Swept, porém com um pouco mais de experimentalismo eletrônico. Claro, tem hits que grudam na primeira ouvida ("Underneath") e uma música que é só piano e voz ("Not as We"), mas ainda assim é chatinho que nem o outro. Até agora, o disco conseguiu vender 1 milhão de cópias.

Ela já veio ao Brasil diversas vezes, sendo a primeira delas em 1996, e a última na semana passada. Em 2009, ela fez 11 shows por aqui, sendo que a turnê passou por cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, mas também Teresina e Manaus. Que me perdoem os moradores dessas cidades, mas só artistas internacionais decadentes vão fazer shows lá. Ah, e os melhores momentos dos shows ocorreram quando ela cantou as músicas de Jagged Little Pill...


CD
1- You Oughta Know
2- Hand In My Pocket
3- You Learn
4- Head Over Feet
5- Ironic
6- Uninvited
7- Thank U
8- That I Would Be Good
9- So Pure
10- Joining You
11- Princes Familiar
12- King Of Pain
13- Hands Clean
14- Precious Illusions
15- Offer
16- Eight Easy Steps
17- Everything
18- Underneath
19- Not as We



O The Corrs é uma banda da Irlanda que mistura o tradicional folk rock celta com o pop mais comum que conhecemos. É formada por quatro intregrantes, três mulheres e um homem, todos irmãos: Andrea Jane Corr (vocal e flauta irlandesa), Sharon Helga Corr (segunda voz e violino), Caroline Georgine Corr (segunda voz, bateria, piano e bodhrán (instrumento de percussão irlandês)) e James Steven Ignatious Corr (segunda voz (em algumas canções), guitarra, piano e acordeon). Além dos seus instrumentos habituais, todos sabem tocar piano por meio de aulas dadas por seu pai.


Sua primeira apresentação de sucesso foi no The Late Late Show, na época apresentado por Gay Byrne, em 1993, executando a canção "Runaway" (que viria a constar do primeiro álbum de estúdio da banda). Apesar disso, eram praticamente desconhecidos fora da Irlanda até 1994, quando o embaixador estadunidense no na Irlanda, Jean Kennedy Smith, convidou o grupo a se apresentar em Boston, na Copa do Mundo de 1994. Depois dessa apresentção na Copa, Jason Flom, vice-diretor e produtor da gravadora Atlantic Records, falou para eles marcarem um encontro com David Foster, um músico canadense, produtor, compositor e arranjador. Os Corrs tocaram para ele e Foster concordou em propor-lhes um contrato com a Atlantic Records. Ficaram por mais cinco meses nos EUA para preparar o álbum de estreia.

Então, perto do fim de 1995, sai o primeiro álbum da banda, Forgiven, Not Forgotten. A já citada "Runaway" é o principal destaque, sem dúvida. Além dela, ainda temos a faixa-título e suas belas harmonias vocais, e a instrumental "Toss The Feathers", a melhor instrumental que a banda já lançou até hoje. Nesse disco, temos seis faixas instrumentais, e todas as que os Corrs fazem são de total influência celta, nada de pop há nelas. O disco não foi um grande sucesso, mas tirou a banda do desconhecimento: em 1996, foram chamados para tocar nas Olimpíadas de Atlanta, e depois disso se juntaram à Céline Dion para fazer os shows de abertura de sua turnê.

Eis então que, em 1997, se juntam a Glen Ballard (é, o mesmo produtor que fez explodir Alanis Morissette, como está escrito linhas acima) e lançam o sensacional Talk On Corners. Começando a deixar suas influências celtas um pouco mais de lado e apostando mais no pop, os Corrs fazem o disco que, simplesmente, foi o mais vendido do Reino Unido no ano de 1998. No entanto, o caminho para chegar lá foi tortuoso: o álbum saiu em outubro de 1997, e os três primeiros singles ("Only When I Sleep", com um forte quê de sensualidade nos vocais de Andrea, "I Never Loved You Anyway" e a graciosa "What Can I Do?") foram sucesso só na Irlanda. Então, em 17 de março de 1998, dia de St. Patrick, ocorreu a virada na carreira deles: um concerto no Royal Albert Hall, televisionado pela BBC, no qual o ex-baterista do Fleetwood Mac, Mick Fleetwood, participou de três canções, incluindo "Dreams", de sua banda original. Essa versão foi o "empurrãozinho pro sucesso" ao The Corrs: lançada pouco tempo depois como single, chegou ao top 10 na Inglaterra, resultou num remix que fez mais sucesso ainda e transformou os Corrs nas novas estrelas da música britânica. Claro, as comparações com o Fleetwood Mac tornaram-se mais insistentes por parte da imprensa, a qual também transformou as três irmãs da banda em musas, ao ponto de ter transformado Andrea num verdadeiro símbolo sexual por lá (ok, ela é bonita mesmo...). Talk On Corners foi relançado incluindo "Dreams" em versão de estúdio e re-relançado novamente depois, incluindo remixes de "What Can I Do?" e "Runaway" - esta, do primeiro disco - que também chegaram ao top 10. Outro single de sucesso foi "So Young", e ainda o álbum tem a bela história de "Queen of Hollywood".

Depois dessa superexposição, partem para um projeto que, de uma maneira ou de outra, apenas iria prolongar mais ainda seu sucesso: um Acústico MTV. Porém, o que poderia ser um fiasco se torna um grande acerto: o acústico do The Corrs é o mais lindo que já foi produzido pela MTV. Não sei se é o melhor, mas com certeza é o mais belo: arranjos de violino perfeitos, vozes e harmonias vocais delicadas, e uma ótima seleção de canções, com algumas surpresas. Há duas inéditas: "Radio", a que eu acho a melhor deles até hoje, com um refrão marcante, e a fofa e que ilustra bem a mistura da música irlandesa com o pop, "At Your Side" (ambas seriam relançadas em versão de estúdio posteriormente, no próximo álbum da banda). Temos também três covers: "Little Wing", cuja original é de Jimi Hendrix, "Old Town", do irlandês Phil Lynott, ex-vocalista do Thin Lizzy, que ganha adorável versão (aqui, a original), e "Everybody Hurts", original do R.E.M., e que faz parte da lista de canções "irregraváveis", pois nunca uma versão chegará aos pés da original, por melhor que seja, como é o caso aqui.

Apesar de todo o sucesso, a banda ainda não havia conseguido um primeiro lugar na parada britânica de singles. Isso viria apenas em 2000, com o lançamento do álbum In Blue. A música a conseguir tal feito foi "Breathless", composta pelos Corrs em parceria com "Mutt" Lange (produtor de In Blue), produtor famoso nos anos 80 por produzir diversas bandas de hard rock como AC/DC e nos anos 90 por produzir Come On Over, álbum de sua mulher, a cantora de country Shania Twain. Outra música boa do álbum que é apenas regular é "All the Love in the World", que seria adotada posteriormente na trilha sonora do filme "Os Queridinhos da América", em 2001. Merece destaque também "No More Cry", composta por Andrea e Caroline para ajudar seu pai a superar a morte da esposa (e mãe dos 4 irmãos da banda) em 1999, enquanto esperava por um transplante de pulmão.

Em 2002, lançam o álbum ao vivo VH1 Presents: The Corrs, Live In Dublin, que conta com as participações de Bono Vox, do U2, e de Ron Wood, dos Rolling Stones. Bono, irlandês mais famoso do mundo da música, ainda estaria presente na vida dos Corrs mais duas vezes: em 2003, Andrea grava para a trilha sonora do filme "Cidade dos Sonhos" a música "Time Enough For Tears", escrita por Bono, Gavin Friday e Maurice Seezer - a canção foi indicada ao Globo de Ouro; em 2004, sai Borrowed Heaven, que tem a participação de Bono na música "When the Stars Go Blue", cuja versão original é do cantor de alt-country/rock Ryan Adams. Borrowed Heaven é um disco tão pop quanto In Blue, mas tem mais canções que são relevantes: desde o curto e direto primeiro single, "Summer Sunshine" - que remete a "Breathless" - passando pela lenta balada "Long Night", uma das músicas mais "calmas" que eles já fizeram, pela legalzinha "Goodbye" e chegando na melhor do disco, "Angel", feita em homenagem à mãe deles, com o refrão mais empolgante de todos.

Em 2005, a banda surpreendeu com Home, um álbum tradicional de música celta celebrando suas origens, com várias canções oriundas do repertório de sua mãe, que era cantora: a instrumental "Haste to the Wedding" e as belíssimas "Black Is The Colour" e "Heart Like a Wheel". Desde então, deram uma sumida, para cuidar de suas vidas pessoais. Em 2007, Andrea Corr ainda lançou um disco solo, Ten Feet High, no qual foge um pouco do que sua banda faz, mas não tanto assim a ponto de conquistar novos fãs: é pop-rock básico.


CD
1- Forgiven Not Forgotten
2- Runaway
3- Toss the Feathers
4- Only When I Sleep
5- Dreams
6- What Can I Do?
7- So Young
8- Queen Of Hollywood
9- Radio
10- At Your Side
11- Old Town
12- Breathless
13- All the Love in the World
14- Summer Sunshine
15- Angel
16- Long Night
17- Goodbye
18- Black Is The Colour
19- Heart Like a Wheel
20- Haste to the Wedding

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