
Adam Sandler faz filmes ruins, fato (exceção feita a poucos). Faz filmes que são engraçados também, fato (mesmo quem o odeia ri de pelo menos uma piada dele por filme). Aqui, tudo é completamente absurdo, totalmente previsível, as piadas são engraçadas mas escatológicas e sempre apelam para o riso fácil e que será esquecido depois de 2 minutos que o filme acaba...mas e daí? O filme se propõe a isso! E tem também boas músicas em sua trilha sonora - uma delas é um interessante mash-up entre Snow Patrol e Police. Ah, e como Brooklyn Decker é gost...bonita!

Do diretor Michel Gondry, sempre se espera algo inovador, surpreendente. Bem, dessa vez ele não consegue isso em nenhum momento desse filme, seu primeiro blockbuster. Porém, o filme consegue divertir, apesar de uma Cameron Diaz totalmente desperdiçada, um Seth Rogen monotônico e cenas de ação nada criativas (mesmo sendo, repito, divertidas).

Filme bom, nada mais que isso. É corretinho, certinho, limpinho. Excelentemente atuado, muito bem dirigido e produzido, fica faltando ao filme aquele "algo mais". Isso sem contar que a história edificante muitas vezes fica com um tom exagerado, comprometendo a "humanidade" da trama. Como curiosidade, aqui está o discurso original (comparem com o do filme e vejam que Colin Firth realmente está impressionante, tendo merecido o Oscar de melhor ator).

Com um final um tanto piegas e até desnecessário (o que acontece anos depois poderia ser simplesmente escrito na tela), a história é lindamente desenvolvida, com ótimos diálogos, interpretações e imagens magníficas. Pode não ser aquele filme que marque a vida de alguém, mas é muito bom. Jeff Bridges mostra aqui o que é ter timing de comédia e ser ao mesmo tempo durão e sensível, numa atuação memorável.

Tenho pouco a acrescentar ao que disse Silvio Pilau, do site Cineplayers: "Surpreendentemente, a estrutura da trama é bastante convencional e as cenas de luta não convencem. Por outro lado, a previsibilidade é ancorada em um belo estudo das relações familiares, com bons personagens e grandes atuações. Christian Bale impressiona." Só acrescento mais um comentário: somente a cena de Christian Bale entrando no carro e cantando "I Started a Joke", dos Bee Gees, para sua mãe, Melissa Leo, já seria suficiente para que os dois merecessem o Oscar de coadjuvante.

Ainda que possa ser acusado de superficial (o que é um pouco), o filme é excelente. Envolvente desde o início até a poética cena final, só incomodam um pouco as incessantes repetições da trilha sonora e da imagem do rosto de Natalie Portman, o que, paradoxalmente, proporciona todo o envolvimento do espectador que citei.

A química do casal principal (Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway) é impressionantemente ótima, e faz com que o filme valha a pena. Aliás, filme não, "filmes": começa como uma empolgante comédia dramática sobre a indústria farmacêutica, depois passa para uma comédia romântica razoável, aí descamba para um dramalhão arrastado sobre Mal de Parkinson, para finalmente terminar como uma comédia romântica cheia de clichês.

Diretor (Florian Henckel von Donnersmarck, alemão de "A Vida dos Outros estreante em Hollywood) , ator (Johnny Depp) e atriz (Angelina Jolie) parecem aqui apenas querer diversão: nenhum dos três faz qualquer esforço para sair dos estereótipos e do lugar-comum, resultando num filme medíocre. A trilha sonora não para de martelar até o desfecho, onde parece que houve algum mínimo empenho para fazer algo que fizesse com que o filme não fosse um lixo.

Ainda que um pouco confuso se anallisado nos detalhes, no geral é um filme tocante, também útil para esclarecer sobre alguns pontos e tem uma avassaladora cena inicial, exclusivamente pela qual o filme entrou na corrida pelo Oscar de melhores efeitos visuais.

Este filme me surpreendeu, positivamente: achei que seria uma bomba, e é só uma biribinha...Não que ele seja bom, mas é razoável, com diversas cenas engraçadas, ainda que previsíveis. Em compensação, há algumas cenas lamentáveis. Ficarei sempre me perguntando como um ator como o Robert De Niro se sujeitou a algumas coisas constrangedoras...deve ter sido o dinheiro, não é possível!